30.1.09

Verídico ou conto? (+21)


São 10:23 da manha, estou a ter uma reunião que irá ter um grande impacto na minha vida. Somos 12 pessoas reunidas em volta de uma mesa, a discutir valores, propostas, cadernos de encargos, especificações técnicas. O meu telefone toca, é uma mensagem.


"Hotel Polana, quarto 312, estou a tua espera até as 12:00. Depois dessa hora já não me apanhas."


Abstraio-me da reunião, não conheço o número, a mensagem não está assinada.

Pego no telefone e respondo: " Bom dia, penso que se enganou no numero."

Entretenho-me a discutir outros assuntos importantes com o pessoal reunido, e, ... uma nova mensagem.


"Sharky meu bem, não é engano não, espero até as 12:00"


A distracção aumenta, já não oiço nada que é dito na reunião, a curiosidade está ao rubro.

Mando nova mensagem: "Quem manda a mensagem? Não sei se me despacho antes das 12:00"

A resposta é quase imediata: "Queres saber? Tens que chegar antes das 12:00, não respondo a mais mensagens, são agora 10:29. Beijos"


Estou enterrado na minha cadeira, ninguém à volta existe, não oiço ninguém a falar. Pela minha mente, passam caras, passam vozes, tento pensar em quem estará a mandar as mensagens. Cada volta que dou pelas memórias, mais duvidas tenho, penso nesta, penso naquela, ponho em causa se é a outra, a curiosidade bate a mil.


"Caros, vão me desculpar, mas surgiu um problema que requer a minha atenção e presença urgente. Queiram por favor discutir este assunto segundo a linha de pensamento que vos referi no inicio da reunião, mandem-me por email as vossas propostas. Não devo voltar a tempo da reunião terminar." Arrumo a minha papelada, fecho o laptop, meto-o dentro da mochila, levanto-me e saio da sala. Desço as escadas, penso, fodasse, lá estou eu a pensar com a pila em vez de pensar com a cabeça, a puta da reunião é muito mais importante... naaa, quero ver pelo menos quem é... será que é a... naaaaa, mas e se for a... hummm, não era mal visto não...

Entro no carro, mudo a musica para Beethoven, a 9ª sinfonia, penso, hummm isto promete. O telemóvel toca, nova mensagem, do mesmo número: "Meu bem, estou toda molhada, Já me toquei varias vezes, daqui a nada já não preciso de ti."


Distraido a ler e reler a mensagem, quase que passo o sinal vermelho.

Penso... Jovem, concentra-te, já fizeste merda em sair da reunião, ainda te estampas... Estaciono o carro no hotel Polana, entro, dirigo-me a recepção: " O quarto 312 por favor?"

Atravesso o hall de entrada, passo pela piscina, desço pelas escadas, entro no elevador, carrego no 3... A porta do elevador abre-se, os corredores estão meio escuros, olho para a direita, para a esquerda: "ah, 312 é para aquele lado."


Paro em frente a porta 312. Tiro o Telemovel do bolso, abro a primeira mensagem, confirmo o numero, está correcto. Na maçaneta está pendurado o aviso Do not Disturb. Penso: lol, ehehhe, meto-me em cada uma. Tento ouvir algum barulho, algo que me ajude a identificar que estará por trás daquela porta... silêncio.

Olho novamente para o telemóvel, a mensagem ainda está aberta, seleciono reply: "quem manda a mensagem? Não poderei estar ai antes das 12." Send...


De dentro do quarto oiço o toque da mensagem a entrar no outro telemóvel. O meu telemóvel toca: foda-seeeeeee, devia ter metido esta merda no silencio, nova mensagem: "até as 12:00 ..."


Fico mudo, fodasse, de certeza que ela ouviu o meu toque. Esperto....


Nova mensagem: ";) podias ter batido à porta. Entra. Está aberta. Entra de olhos fechados, fecha a porta. As luzes estão apagadas, Não as acendas."


Já fui mais tímido, mais envergonhado para o que sou hoje, mas... a curiosidade, aaahhh.


Rodo a maçaneta, empurro a porta devagar, tenho os olhos fechados, excepto o esquerdo, meio aberto, mas tudo o que vejo está desfocado...vejo um vulto de pé, perto do que me pareçe ser a cama, vejo os contornos de um corpo feminino (quem é? Mannn, que curvas, mal dá para ver... que ódio...), Fecho a porta, fico quieto, parado, a pouca luz que o quarto tinha, foi-se com o fechar da porta, está escuro, muito escuro, apenas posso deduzir que que a cama está... naquela direcção. Dou um passo em frente, dois, paro... penso...: bem, os olhos dela devem estar mais habituados a escuridão, ela vê-me de certeza...


Sinto a mão dela a pegar na minha, quente, macia; Mete-me algo a tapar os olhos, amarra por trás. Puxa-me suavemente, na direcção de onde eu tenho a impressão que a cama se encontra. Paramos, larga-me a mão, as duas mãos dela agarram-me pela cintura, vira-me, lentamente, para ficar de costas para o que entendo ser a cama. Pergunto: Quem és? Sinto que as mãos dela tremeram, acho que não estava a espera que eu falasse: Shiuuuuu.


As mãos dela percorrem me o corpo, chegam aos pescoço, entrelaça os dedos com as palmas a envolverem o meu pescoço... sinto o calor dela a aproximar-se, sinto o toque do seu corpo, firme, seguro... o sabor dela aproxima-se, os lábios tocam nos meus, sinto os carnudos, quentes, firmes... mordem-me levemente o lábio inferior, chupa-o, as mãos deslizam nos botões, abre-os, afasta a camisa. Percorre-me o corpo, arranha-me levemente, deixa-me arrepiado. Deixa-me de chupar o lábio, beija-me e morde-me o pescoço, toca-me com a língua, vai me beijando os ombros, o peito, morde-me, crava-me as unhas nas costas.

Desaperta-me o cinto, abre-me o botão das calças, mete a mão dentro das calças... e... para... deixa de morder, deixa de beijar; sinto seus lábios se descontraem num sorriso maldoso, ela não estava a espera que eu não usa-se roupa interior...

Sinto o calor da sua respiração a aproximar-se novamente do meu peito, a mão escorrega livremente pelas calças, o indicador dela percorre o meu baixo ventre, as virilhas, toca nele, percorre-o com a ponta da unha, levemente, de cima a baixo, agarra...


Devo estar doido, não acredito bem no que está a acontecer, estou impávido, nada nem tão pouco sereno.


Os beijos no peito vão descendo, a língua circula o meu umbigo, as duas mãos já trataram de tirar as minhas calças; Tremo, sinto outro par de mãos nas minhas costas, apercebo-me de movimento em cima da cama...

Sou abraçado por trás, sinto seios nus a roçarem-me as costas. Sinto as novas mãos a apertarem me o peito. Na batalha da frente, sou beijado, chupado, acariciado, nas costas, sou mordido, arranhado, beijam-me o pescoço, a nuca, chupam-me a orelha, ... foda-se, não consigo pensar, não tenho reacção, estou estático, não acredito muito bem no que acontece. Por trás os beijos e língua começam a percorrer as minhas costas, as mãos que vem de trás agarram a nuca de quem me chupa e lambe, a mão agarra em mim, aperta-me, esfrega-o na língua da outra. Mordem me com força na nadega; auuuu, grito; Shiuuu respondem em uníssono. Não te atrevas a vir-te, sussuram, não fales...


Epá, conheço estas vozes, mas quem... raios....


Sinto o corpo que me toca por trás a desviar-se, sou empurrado para a cama. Uma delas pega na minha mão esquerda e coloca-a no meio das suas pernas, sinto pele macia, os pelos rapados, não me arranham; penso, só pode ter sido a cera...; a minha mão direita é colocada sobre um seio, aperto-o acaricio-o. Tento lamber o mamilo, esta longe. Uma mão faz pressão sobre o meu peito, não me deixam levantar. OS dois corpos nus cruzam-se sobre mim, elas beijam-se, trocam as línguas. Param. As duas caras descem em direcção a minha. Sou beijado por uma, sou beijado por outra, sou beijado pelas duas. A minha cara é percorrida por línguas e lábios de ambos os lados. Os beijos percorrem o meu pescoço, os meus ombros, o meu peito. Os meus mamilos são mordiscados, são tocados por pontas de línguas.


Tremo.



São duas línguas que se misturam, são duas línguas que tocam de leve a minha barriga, o meu umbigo. São duas línguas quem me lambem, que me envolvem, são quatro lábios que me chupam, são quatro mãos que me apalpam, são milhares de unhas que me arrepiam, são quatro nadegas que aperto, são quatro seios que acaricio. São pernas e braços que se cruzam, são uma multidão de movimentos que acontecem, são infinitos beijos que se dão, são trocas de saliva que se multiplicam, são dedos que se intrometem, são sexos que se cruzam, são posições que se aderem, são orgasmos múltiplos, são cabelos que se agarram e puxam, são corpos que se mordem, são partes intimas que se beijam, que se lambem, que se consomem; são movimentos sincronizados, são temperaturas diferentes que se fundem, São corpos que se trocam...


Novamente orgasmos.

Novamente carícias.

Novamente línguas.

Tudo recomeça.


Estou exausto, apetece-me dormir. Sinto mãos a agarrarem-me, sinto que estou a ser vestido, botões são apertados, o cinto ajustado. Estou de pé, a olhar para onde penso estar a cama. Sussuram-me ao ouvido: Gostas-te? Shiuuu, não respondas, mandas mensagem mais tarde. Agora vai que nós temos que ir tratar das nossas crianças.


Estou confuso, não consigo entender o que se passou, excepto terem me levado aos limites, excepto ter sentido prazer como nunca senti. Excepto ter não visto o que vi, excepto estar a sentir-me excepcionalmente bem...


Abro a porta, não olho para trás.


Dirijo-me ao elevador, ao hall de entrada, ao carro, para casa. Tomo um duche, pego no telemóvel. Abro as mensagens, procuro a última, selecciono reply. Quem são vocês? A resposta apenas vem 30 minutos mais tarde, depois de eu estar vestido e pronto para ir jantar: Não vais saber, mas apenas te digo, hoje vais nos ver, hoje vamos conversar, mas não saberás quem somos.


Conheço aqueles lábios, conheço aquele corpos, os seios, conheço e gosto daqueles sabores, conheço aquele calor, mas quem eram? Até hoje? Não sei...



Boa Sexta para todos,
Beijos e Abraços
Sharky

3 comments:

Avid said...

Bom... meus instintos diz que o texto é apenas um conto. Bem descrito, mas um conto. Porquê?

1.Normalmente quando chegamos a um hotel, como o Polana, antes do recepcionista nos indicar o quarto ele passa a chamada e só depois de uma segunda ordem ele nos indica ou manda alguém acompanhar-nos ao quarto;

2.Depois de ler o fim percebe-se que as ditas cujas residem na mesma cidade que tu e não queriam ser identificadas, o que indica que pela hora e pelo lugar escolhido não seria o mais comum. Seria o caso de escolherem um lugar menos movimentado, um motel pago a hora ou algum lugar com mais privacidade que a movimentação do Polana no horário de almoço;

3.Pelo tipo de cortinados existentes no referido hotel, sem que te tivessem vendado os olhos, seria praticamente impossível não reconhecer os intervenientes em pleno dia, sem dizer que pelo toque se reconhece coisas simples como altura, textura da pele, cor, tipo de cabelo,... o que rapidamente nos leva a conseguir identificar quem seriam as mulheres dentro do quarto;

4.Se elas e tu iriam terminar a noite jantando juntos, a esta altura misturando o teu Q.I e actua esperteza ( conheço-as mto bem) concerteza já terias identificado exactamente com quem tinhas estado. Sem acrescentar, que para elas seria muito mais excitante saber que depois as reconhecias, mas que por motivos variados não poderias comentar com mais ninguém.

Continuo? Hahahaha...sempre adorei quiz show’s.
Tou certa ou tou errada?

Bjs meus

Anonymous said...

hahahahahaha
que cena mais marada!!! muito bom

a ser verdade: ainda bem que basaste da reunião....reuniões há muitas!

se for um conto: muito bem escrito, muito cinematográfico, estive a imaginar o cenário todo, gostei da cena!!!

abraços

lightwarrior

Anonymous said...

Sinceramente hot!!!!
tambem tenho uma historia igual e ate hje ainda nao descobriram k fui eu hehehehehe...

bjus gato marado